5 de jun. de 2011

São João 2011: Programação tem Boi da Maioba neste domingo

    No domingo (05), a programação infantil tem destaque com a dança do boiadeiro Menino Jesus, a partir das 18h e com o Tambor de Crioula Mirim Arte Nossa, às 19h, seguidos do Cacuriá da Vila Gorete. Às 21h, quem sobe ao palco é o cantor Marco Duailibe, apresentando o melhor da música popular maranhense.
    Logo após, a programação continua com o Bumba-meu-boi de Apolônio, sotaque da baixada, seguido do Boi Brilho da Terra, sotaque de orquestra, às 23h e, fechando o final de semana, as matracas do Boi da Maioba entram em cena à meia noite.
    Até o dia 03 de julho, o arraial da Praça Maria Aragão prossegue com apresentações de segunda a quinta, das 19h às 00h, e final de semana e feriados, das 18h às 01h. Aos sábados, domingos e vésperas de feriado, acontecerá também o tradicional Barracão do Forró, com os melhores grupos de forró pé-de-serra da cidade.

João Gilberto 80 anos - No encalço do urso da Bossa-Nova

Semana do Meio Ambiente: Alerta do bailarino Angelo Gonzaga do grupo de dança Júlia Emília

Zimbo Trio lança seu primeiro DVD

    Filme é registro de espetáculo com uma hora e 20 minutos da música de Amilton Godoy (piano), Itamar Collaço (contrabaixo) e Rubinho Barsotti (bateria), acompanhados pela orquestra Grupo Sinfônico Arte Viva, de 41 integrantes, regida por Amilson Godoy, tendo, ainda, como convidados especiais, Diogo Poças e Patty Ascher; realização da Arte Viva Produções Artísticas, DVD gravado ao vivo dia 15 de novembro de 2009 no Teatro Bradesco chega às lojas a partir dessa semana com distribuição nacional da Tratore
    “Várias vezes tentamos ou nos convidaram a fazer um DVD do Zimbo, mas algo acontecia e não saía. O bacana dessa oportunidade é que foi anunciada e se realizou de fato, culminando com essa linda homenagem do meu irmão para o trio”, diz Amilton, referindo-se a Amilson. Segundo ele, a gravação desse DVD acabou sendo tão marcante quanto o primeiro concerto de “música brasileira sinfônica”, que o Zimbo fez no início da década de 1970, no Teatro Colón de Buenos Aires, algo, até então, raro, e que abriu caminho pra tantos outros momentos sinfônicos de música popular.
    A abertura do DVD, com Aquarela do Brasil, é cartão de visita da versatilidade e da variada dinâmica apresentada pelo Grupo Sinfônico Arte Viva, que a direção do filme mostra em panorâmicas ou closes. Amilson Godoy, idealizador do DVD, imprime à música de Ary Barroso, sintomática peça da universalização de nossa brasilidade, um arranjo capaz de lhe dar frescor de inédita.
    Em seguida, surgem Garota de Ipanema (Tom Jobim/Vinícius de Moraes) e Avião (Djavan) em que o Zimbo reforça a jovialidade. Na suíte que vem a seguir, com arranjo de Amilton, o prazer visual, proporcionado por sete câmeras, conjuga-se com o auditivo, resultante de uma mixagem que utilizou 64 canais. A faixa de quase 20 minutos, com orquestração de Rodrigo Morte, traz todo o repertório do clássico Canção do amor demais, registro histórico de Elizete Cardoso, Tom, Vinicius e João Gilberto e marco do início da Bossa Nova e da valorização de nossa construção sinfônica.
    “O resgate dessas obras serve também para lembrar o papel do Zimbo Trio como formador de uma geração de grandes instrumentistas brasileiros, alunos do Centro Livre de Aprendizagem Musical (Clam), escola do grupo”, ressalta Amilson. A inclusão de Arrastão (Edu Lobo/Vinícius de Moraes), além de destacar a abertura-solo de Rubinho, remonta aos tempos de O fino da bossa, programa que o Zimbo conduziu com Elis Regina e Jair Rodrigues, formando gerações de telespectadores e ouvintes mais exigentes.
    Em sucessivas tomadas de câmeras em grua, muitas delas sobre músicos, o DVD nos permite apreciar a execução mais detalhada dos três integrantes do Zimbo, notadamente a execução de Amilton Godoy. São closes raros de se apreciar nas apresentações do pianista, visto geralmente à distância. A apresentação também fica melhor radiografada, em planos e contraplanos, revelando-se diálogos e desafios a que se lançam Amilton, Itamar e Rubinho.
    Zimbo Trio 45 anos e Grupo Sinfônico Arte Viva procura cumprir sua função de valorização de nossa música instrumental também em tomadas sobre a orquestra, que tem, entre outros integrantes destacáveis, Nahor Gomes, Vinícius Dorin e Walmir Gil (na seção de sopros), Jarbas Barbosa (guitarra) e Joãozinho Parahyba (percussão).
    Gravado ao vivo dia 15 de novembro de 2009, um dia antes do aniversário de 77 anos de Rubinho Barsotti, no Teatro Bradesco, com produção da Arte Viva Produções Artísticas, empresa de Amilson Godoy, e patrocínio da Sony Ericsson, o DVD traz ainda Patty Ascher e Diogo Poças. Ele, na interpretação de Por causa de você (Jobim/Dolores Duran), e Patty, cantando Saudade (dela, Marco Pontes e Ronaldo Rayol).
PERFIS RESUMIDOS
Zimbo Trio
O Zimbo Trio, que está completando 47 anos de atividades ininterruptas, nasce no auge do movimento de renovação da música brasileira e até hoje seus criadores, Amilton Godoy (piano), e Rubens Barsotti (bateria), permanecem com os mesmos objetivos. A primeira vez que o Zimbo apareceu profissionalmente foi no dia 17 de março de 1964, com Norma Bengel, na Boite Oásis, em show produzido por Aloysio de Oliveira.
A música instrumental brasileira tem no Zimbo um suporte de sua identidade. Desde a concepção musical, passando pelo excelente repertório, à técnica apurada de execução, seus integrantes comprovam que a unidade pode ser atingida pela integração das diferenças, resultando em pura harmonia.
Grupo dos mais premiados nas últimas quatro décadas – na sua galeria estão Troféus Imprensa, Roquete Pinto, Pinheiro de Ouro, Chico Viola, Índio de Prata, Candido Mendes e Prêmio Sharp de Música e Prêmio Tim 2008 Melhor Grupo Instrumental – o trio deixou sua marca em trabalhos de Elis Regina, Elizeth Cardoso, Jair Rodrigues e Wilson Simonal, entre outros do primeiro time.
Academicamente, o Zimbo também tem seu papel constatado nas safras de músicos notáveis que surgiram e surgem do Centro Livre de Aprendizagem Musical (Clam), escola fundada por seus três integrantes originais (Amilton, Rubinho e Luiz Chaves).
O trabalho do Zimbo Trio, que influenciou tantos músicos e grupos, está registrado em 51 discos gravados e lançados no Brasil e em 22 dos 41 países onde o trio apresenta-se costumeiramente. Destacam-se entre as milhares de apresentações os concertos com orquestras sinfônicas do Brasil, Venezuela, Argentina, Colômbia e as exibições no Phillarmonie (Berlin), Town Hall (Nova York) e a turnê pelo Japão.


FICHA TÉCNICA
DVD título: Zimbo Trio 45 anos e Grupo Sinfônico Arte Viva
Com Zimbo Trio, Grupo Sinfônico Arte Viva e convidados: Diogo Poças e Patty Ascher
Duração: 1h20
Gravado ao vivo no Teatro Bradesco, dia 15 de novembro de 2009
Produção: Arte Viva Produções Artísticas; direção musical, Amilson Godoy; produção executiva, Maria Inez Godoy; filmagem, TVG Filmes; direção geral, Tiago Godoy; iluminação, Marina Stoll; som, Gabisom; engenheiro de som, Maurício Trindade; fotografia, Ana Luiza Suzigan e distribuição, Tratore
Preço sugerido: R$ 44,00
Endereço do site: http://www.artevivaproducoes.com.br/zimbo45/
Locais de venda
Em todo Brasil: Fnac, telefone (11) 3097-0022 e nas lojas da rede da Livraria Cultura em Campinas, Curitiba, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador.
Em São Paulo: Centro Cultural Banco do Brasil (11) 3113-3654, nas unidades da Livraria Cultura e da Livraria da Vila, e nas seguintes lojas: Concerto (11) 5535-4345 e Discoteka (11) 5906-0456, Laserland (11) 3082-0922, Mini Box (11) 3101-7392, Musical Santo Antonio (11) 3141-2929, Ponto do Livro (11) 2337-0506, Pop’s Discos (11) 3083-2564, Vilar Discos (11) 3221-8084 e Zaccara CDs (11) 3872-3849
No Rio de Janeiro, na HPI (21) 3215-4943, Liser (21) 2263-4974, Livraria da Travessa (21) 3138-9600, Marimba (21) 2205-7739, Moviola (21) 2285-8339, Tracks (21) 2274-7182
Em Fortaleza, nas lojas Desafinado (85) 3224-3853 e Distrivideo (85) 3261-5170
Em Goiânia, no Bazar Music (62) 3225-1236
Em Belo Horizonte, na Acustica Cds (31)3281-6720, CD Clube (31) 3212-1570, Discoplay (31) 3222-0046
Em Belém, na Fox Video (91) 4008-0007 e Ná Figueredo-Estação (91) 3212-3421
Em Recife, na Gramophone (81) 3465-1652






Quando urubu está de azar...

Ferreira Gullar
Nunca recebi qualquer correspondência vinda do governo que me trouxesse uma boa notícia
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    FAZ UMAS poucas semanas, ao receber do porteiro do prédio a correspondência chegada aquele dia, dei com um envelope da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e gelei. Gelei pressentindo alguma aporrinhação, porque, como se sabe, gato escaldado tem medo de água fria.
    Nunca recebi qualquer correspondência vinda do governo -seja federal, estadual ou municipal- que me trouxesse uma boa notícia. O governo, quando me envia alguma mensagem, é para me intimar a prestar esclarecimento sobre a declaração do imposto de renda e coisas semelhantes. Nunca me manda cumprimentos pelos tantos anos em que estou no batente nem agradecendo a quantidade de impostos que recolho anualmente. Para me devolver o que foi cobrado a mais, isso nunca! Pelo contrário: por mais que pague, estou sempre devendo.
    O governo -que teoricamente existe para me proteger e amparar- é de fato meu inimigo público número um.
    E assim foi que, grilado de antemão, abri o envelope. Não deu outra: era o Departamento de Transportes da Prefeitura do Rio de Janeiro comunicando-me que eu tinha sido multado por dirigir falando ao celular. Sucede que eu não tenho celular, nunca tive e jamais terei.
   E mais: quase nunca falo ao celular e jamais o fiz dentro do carro, ainda que estacionado. Falo ao telefone o menos que posso. Donde saiu então essa imputação absurda?
    Não faço a menor ideia. E ela não é absurda apenas porque não uso esse tipo de telefone: mesmo que o usasse, o guarda de trânsito não me poderia ver, porque os vidros do carro não o permitiriam, são escuros, protegidos com insufilme. Desconfio que esse guardinha amigo estava maconhado.
    O certo, porém, é que, maconhado ou não, estava a serviço de uma espécie de azar que, nesse particular, me persegue. Não foi esta a primeira vez que a maconha ou o acaso me escolhem para vítima.Talvez o leitor já tenha ouvido falar que, durante a ditadura, fui para o exílio. Pois é, fui acusado de ações subversivas contra o regime militar. Pois bem, não digo que essa acusação fosse falsa, e tanto não era que decidi cair fora antes que o DOI-Codi me pegasse.
    Não vou contar aqui o que passei, mudando de país conforme as circunstâncias e as ameaças. Em resumo, comi o pão que o diabo amassou, mas, um dia, consegui voltar para casa. Passei por alguns percalços ao regressar, mas pouco depois estava com minha família e, no Luna Bar, com meus amigos. Fui então aconselhado, por um advogado amigo, a solicitar ao Superior Tribunal Militar cópia da decisão me havia absolvido e levei um susto: o cara, que os milicos procuravam e contra o qual iniciaram aquele processo por subversão, era José de Ribamar como eu, mas não era eu. Ou seja, o José de Ribamar que pagou o pato fui eu, mas o absolvido foi outro.
    Por isso rezo todos os dias para que os militares não voltem ao poder, pois do contrário vou ter que me mandar de novo não sei para onde. Bem, isso é pouco provável que aconteça, mas, em compensação, sempre haverá um guarda de trânsito para me acusar do que não fiz.
    Foi assim que, como disse no início da crônica, abri a carta do Departamento de Transportes da prefeitura, que me acusava de dirigir meu carro falando ao celular. Minha primeira reação foi de espanto e revolta, mas verifiquei que, junto com a acusação, havia informações do que deveria eu fazer, caso decidisse recorrer da multa que me havia sido imposta.
   Aquilo me deixou mais revoltado ainda: para escapar da acusação infundada, terei eu que entrar com dois processos no tal famigerado Departamento de Transportes e tentar provar que sou inocente.
    Provar inocência?! Mal consigo acreditar. Alguém precisa dizer a esse pessoal uma coisa que todo mundo sabe, isto é, que o ônus da prova cabe a quem acusa e não a quem é acusado. Não é esse o argumento que estão usando para dispensar o Palocci de explicar donde veio sua súbita fortuna? Quer dizer que o que vale para gente do governo não vale para nós? A nossa Constituição diz que todo cidadão é inocente até que sua culpa seja comprovada. Não obstante, parece que, para o Departamento de Transporte da Prefeitura do Rio de Janeiro, a Constituição não vale: é o acusado que deve provar sua inocência.
    Diante disso, o que faço? Me exilo de novo?
Da Folha de S. Paulo

No claudiohumberto.com.br

ATRASADO
Ganha uma viagem a Cuba o brasileiro que descobrir em algum país da Europa relógios com horário de Brasília, além de Londres, Tóquio, Nova York etc. Buenos Aires continua a única capital latina nos painéis.

Manchetes dos jornais

Maranhão
O ESTADO DO MARANHÃO - MP vai à justiça por mais transparência em São Luís
O IMPARCIAL - Quilombolas ocupam sede do Incra no Maranhão
Nacional
CORREIO BRASILIENSE:Rombo da Caixa de Pandora em dez anos chega a quase R$ 1 bi
FOLHA DE SÃO PAULO:Dilma decide ouvir Lula sobre destino de Palocci
O ESTADO DE S. PAULO:Nova denúncia sobre imóvel agrava situação de Palocci
O GLOBO:No Rio, crime do colarinho branco fica sem punição
ZERO HORA:Roubo de carros volta a desafiar a polícia
Regional
DIÁRIO DO PARÁ:Banho de sangue em Abaetetuba
JORNAL DO COMMERCIO:Protesto e guerra no Rio
MEIO-NORTE:TJ diz que falta juzi e pede mais 30 vagas
O POVO:Quando as redes sociais viram ringue

Um punhado de vergonhas

Danuza Leão
Chantagear lembrando que tem na mão diamante de 20 milhões foi a coisa mais vergonhosa que ouvi falar
    O NOTICIÁRIO está riquíssimo, cheio de assuntos palpitantes. Se a atuação dos políticos tirasse notas, estariam reprovados Palocci, José Sarney, Fernando Haddad e Garotinho -isso porque não estou aprofundando o assunto.
    O problema é a reincidência; tem alguma coisa pior do que o que fez Palocci no episódio mensalão, com o caseiro Francenildo?
    Do ponto de vista moral, um ministro usar seu poder para abrir a conta de um homem modesto é mais grave do que fazer lobby e ganhar tanto dinheiro em quatro anos.
    Francamente, não sei qual foi pior, mas não vamos nos esquecer que, quando o sigilo do caseiro foi aberto por ordem de Palocci -com a desculpa de um depósito atípico-, em 24 horas Francenildo se explicou e mostrou que não tinha culpa em nenhum cartório.
    O ministro pediu demissão, mas voltou, com aquela cara de santo.
    Vamos agora a José Sarney, que nem Sarney é, seu nome é Ribamar; o Estado que ele comanda, o Maranhão, é o mais pobre do Brasil, e o senador já deveria estar aposentado há séculos, por amor ao Brasil.
    Então o episódio Collor foi um "acidente" que não deveria ter acontecido? E a culpa, segundo ele, é dos funcionários do Senado, que escolheram os fatos que fariam parte do "Túnel do Tempo"?
    Sobre Garotinho, não há muito a dizer; ele sempre foi o que pode haver de pior na vida pública, e o Rio de Janeiro não merecia ter sido governado por ele e por sua mulher, Rosinha. Chantagear a presidente lembrando que tem na mão um diamante de 20 milhões foi a coisa mais vergonhosa de que jamais ouvi falar -e Dilma quieta.
    Agora, o capítulo Fernando Haddad. Eu queria que alguém me explicasse o que é Fernando Haddad, e por que razão ele é ministro da Educação.
    Toda vez que ele aparece, é para se explicar: ou porque na prova do Enem aconteceu algum erro -em quase todas acontece, aliás-, as cores da impressão saíram erradas, os estudantes poderão -ou não- fazer uma segunda prova, ou o livro do "nós pesca" deu uma confusão; se quem redigiu o "nós pesca" queria dizer aos professores que, se chegassem ao colégio crianças falando errado, deveriam agir com calma e paciência para não espantar os alunos, e não ir logo corrigindo, então redigiu mal.
    Fernando Haddad, que é o responsável, não viu, e acha melhor Stálin do que Hitler, porque sabia ler, ou era Hitler que era melhor? Francamente.
    Quanto aos vídeos sobre a homofobia, cheguei a vê-los, e são francamente péssimos; mas Fernando Haddad, que é o responsável, não viu, e se viu, não notou que eram péssimos.
    Como dizem que uma foto diz mais do que mil palavras, destaque para Lula, rodeado por seus aliados -de Sarney a Marta Suplicy, todos rindo como se fossem um punhado de misses; já a de Dilma com Michel Temer foi aquele desastre.
    E os novos Estados do Tapajós e Carajás vão ter deputados e senadores também?
    Cheguei a pensar que Dilma talvez fosse diferente; agora, querem o esquecimento dos escândalos, lançando um plano de Brasil sem miséria.
    E Erenice, de quem nunca mais se falou? E quem matou Celso Daniel?
Da Folha de S. Paulo