23 de ago. de 2011

Laurentino Gomes autografa livros para meninos ricos em São Luís

Casarão onde funcionou a Livraria Athenas
    Patrocinado pela Vale, Alumar e grandes empresas maranhenses como o grupo Mateus, o Festival Geia de Literatura trouxe este ano o autor de best-sellers Laurentino Gomes para abrilhantar o evento idealizado por Jorge Murad, marido da governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB). Para ouvir palestra sobre as obras "1808" e "1822", o Geia convidou 11 escolas da rede privada e pública de ensino. Na quarta-feira Gomes vai a São José de Ribamar, local efetivo do festival.
  No entanto, a sessão de autógrafo foi reservada aos alunos das escolas pagas. Vendidos pela livraria Vozes ao preço de R$ 40,00, os best-selleres continuarão distantes das mãos dos alunos das escolas da rede pública.
    Com preços nesse patamar, o festival serátão somente mais uma plataforma de projeção para o bem de Jorge Murad, conhecido nacionalmente pelo Caso Lunus. Par assegurar o sucesso de mídia, Jorginho conta com o sinal da emissora da família Sarney no estado. O link é garantido para o ex-secretário de Estado de Planejamento nos governos ancentrais de Roseana.  Deslumrbado com o evento, um repórter da afiliada da Rede Globo no Maranhão se fardou com a camisa do Geia como quem ganha um nobel.
    Os livreiros reclamam dos baixos índices de lucros obtidos com a venda do livro, na margem de 30%. Isentos da cobrança de ICMS, livros são produtos cada vez escassos no comércio em São Luís. Com o fechamento da livraria Athenas, no canto da rua do Sol com a da Cruz, o estabelecimento de Arteiro cederá espaço para um banco de empréstimos para aposentados, pensionistas, escambau.

Arteiro, ex-dono da Athenas
 Livros à mancheia
    A Athenas seguiu o mesmo caminho da Nobel, do Shopping Jaracati que tem como um dos sócios o senador e imortal da Academias Brasileira e Maranhense de Letras, José Sarney. A Literarte, na rua da Mangueira, centro de São Luís, resiste a duras penas.
    Durante 13 anos a Athenas funcionou no mesmo local. Diante de uma coleção de entraves, como a concorrência desvantajosa com a compra pela internet, falta de estacionamento e um fedor da moléstia produzido por um esgoto permanente em sua porta, Arteiro sucumbiu ao seu projeto de mais de duas décadas. Primeiro, fechou as portas da loja no Manumental Shopping.
    Entre os que adquiram as obras para autógrafo estava o secretário de estado da Cultura, Luiz Henrique Bulcão, fiel escudeiro de Murad. A primeira obra de Gomes a fazer parte da lista de best-seller foi "1808", lançada em 2007. "Preciso ajudar o autor", revelou na hora da compra. Pelo visto, Bulcão não acompanha nem mesmo lançamento de best-sellers. Prefere a literatura contábil, compartilhada com Jorginho em conversas amiúde.
Biblioteca Pública Benedito Leite: endereço desconhecido pelo leitor
    Como gestor da cultura oficial do estado, Bulcão há mais de dois anos fechou a Biblioteca Pública Benedito Leite para uma reforma que só se concluírá no final deste ano. Na avaliação do secretário "Benedito Leite está feliz lá em cima, pois o prédio contará com um novo elevador" (equipamento instalado no prédio desde a década de 60).
    Para dar um pincel na falta de prioridade da secretaria, o secretário Bulcão providenciou o aluguel de uma moradia na Rua do Egito para abrigar o acervo da Benedito Leite e receber usuários. Deste último não se enxerga uma sombra de leitor durante o dia. Sem segurança e ignorado por dez entre dez alunos da rede pública, a Benedito Leite do Egiito não atende à noite. É um gasto desnecessário. O dinheiro daria para subsidiar compras de lotes de livros e colocá-los a preço de custo em eventos como do Insatituto Geia, apoiado até a alma por Bulcão.

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