16 de ago. de 2011

Batista quer manter anonimato da cachaçaria na rua da Lapa

    Pense num cara invocado com o estado e com a prefeitura? É Batista, dono da única cachaçaria situada no centro histórico de São Luís. Com endereço na rua da Lapa, sem número, a cachaçaria é conhecida pelo nome do dono e pelo número de cachaça da terra comercializada no local. O cardápio tem mais de cem sabores. Tem o mesmo nome de uma famosa marca de cachaça mineira. Comparar as realidades nem com muita cachaça.
    No local onde as cachaças são postas em prateleiras de madeira, falar em Castelo até apanha. Só pra ter uma Ideia. O valor do Alvará do estabelecimento que antes era de R$ 250,00 foi majorado para R$ 600,00 no ano passado. Batista chiou e, dias atrás, finalmente conseguiu reduzir a tarifa municipal.
    “Aqui já veio Globo, veio jornal e tudo. E, o que eu ganhei com isso. Para mim interessa mesmo é ganhar. Quero é o dinheiro vivo na minha mão como incentivo”, dispara Batista numa manhã sem freguês na porta. O proprietário da cachaçaria é incrédulo quanto à política cultura e de turismo implementada pelo governo do estado e prefeitura. Talvez por conta disso não aparece em catálogos oficiais.
    Para evitar o assédio da vizinhança viciada e dos ases em “furto qualificado”, Batista mantém a porta de grades de ferro sempre fechada. Dessa forma acompanha o entra e sai da freguesia. Conjugado mantém outro ponto comercial no mesmo casarão do Século XVIII, vendendo miudezas.
    Na prateleira, Moleque Seco, Gengibre, Malvada, Caju, Goiaba, Cupuaçu e outros sabores em litros de aguardente. No meio dessas tem as industriais, clássicas como Pitu e por aí vai. O preço da mercadoria é modesto. A partir de 14 reais é possível descolar uma garrafa de um litro – 1000 ml, garante o dono. Para quem quiser fazer estilo é possível ainda descolar um chapéu de estilo.
    Uma placa afugenta os bêbados sem compostura. “Não cuspa no chão”. Mas embaixo espanta turistas bisbilhoteiros ou cultivadores de redes sociais: “Não é permitido fotos”.
     Batista está apreensivo com uma efeméride: os 400 anos de comemoração da fundação da cidade de São Luís. “Eles estão falando que será uma grande festa. Para mim interessa é o que eu vou ganhar com isso”, indaga tão amargo quanto um boldo.

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