22 de jul. de 2011

Dilma recebe ministro do Turismo pela 1ª vez e pede explicações sobre contratos com ONG


Novais:"O Ministério do Turismo não assina contrato com pessoas"
Maria Lima e Jailton de Carvalho
BRASÍLIA - O ministro de Turismo, Pedro Novais, precisou esperar seis meses e 21 dias para ter um encontro, nesta quinta-feira à tarde, a sós, com a presidente Dilma Rousseff. Mas, antes, acordou com um chamado da chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que tinha um recado da presidente: responder à denúncia, publicada na quarta-feira pelo GLOBO , de que seu ministério assinou três contratos, no total de R$ 52,2 milhões, com o suspeito Instituto Brasileiro de Hospedagem (IBH).
    A ONG é dirigida por César Gonçalves, envolvido em escândalos de malversação de verba pública e alvo de ação do Ministério Público, que pede a devolução de R$ 480 mil. Gonçalves deixou o cargo na estatal Brasiliatur em meio a uma série de denúncias durante a gestão do governador José Roberto Arruda, que renunciou após o escândalo do mensalão do DEM no DF.
    No encontro com Dilma, Novais apresentou documentação sobre o Plano Nacional de Turismo, mas a conversa com Gleisi, mais cedo, foi delicada. Dilma decidiu intervir em qualquer pasta que sofra denúncias de corrupção.
    Os R$ 52,2 milhões foram entregues à ONG para a realização de cursos à distância. Os dois primeiros contratos com a entidade foram feitos na gestão Lula, mas o maior deles, de R$ 25,5 milhões, foi apresentado e aprovado em meia hora, no último dia 6, com anuência de Novais.
    Após o encontro com Dilma, o ministro divulgou nota explicando que sua pasta se comprometeu, no programa Bem Receber Copa, a qualificar 306 mil pessoas. Mas Novais não faz referência ao nome do empresário dono da ONG.
    - O Ministério do Turismo não assina contrato com pessoas, assinou com uma ONG - disse a assessoria de Novais.
    Sobre o contrato de R$ 25,5 milhões, o ministro afirmou que "pensou-se, ainda, em razão da necessidade e garantia do cumprimento da meta global, em conveniar a 3ª fase. Mas isso não foi levado adiante", conclui a nota.
    A nota do ministério não informa se os contratos serão cancelados, ou se alguma investigação será aberta para fiscalizar a aplicação dos R$ 52,2 milhões
De O Globo

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