27 de mai. de 2011

Censura ao Estadão no caso Fernando Sarney é citado em no fórum fórum “Liberdade de Imprensa e Poder Judiciário"

    O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, defendeu a liberdade de atuação da imprensa no Brasil nesta sexta-feira (28) e falou sobre o papel da imprensa de aproximar a sociedade do Judiciário. Para ele, é importante que jornalistas e juízes aprendam juntos e tenham um relacionamento “respeitoso”.
    “O Judiciário talvez seja o menos conhecido dos três poderes. [O juiz] tem que aprender que jornalista não é inimigo. Nós tínhamos muito medo da imprensa e mantínhamos uma distância que considerávamos saudável. Essa cultura vem mudando vigorosamente. Os juízes hoje estão entendendo melhor o papel da imprensa”, disse o presidente do STF.
    Peluso e outros ministros do STF participaram da abertura do fórum “Liberdade de Imprensa e Poder Judiciário”, promovido pelo STF e pela Associação Nacional de Jornais (ANJ).
    O evento reuniu juristas, parlamentares e organizações sociais da América Latina e comunicadores e a diretoria da ANJ, entre eles o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho.
   “Precisamos ser mais comunicativos e talvez imprensa possa ser um pouco mais indagativa na compreensão das coisas do Judiciário”, concluiu o presidente do STF.
    O diretor da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, sigla em espanhol), Julio Muñoz, fez críticas à relação entre imprensa e o Judiciário brasileiro. Segundo ele, lei e norma que garantem a liberdade de atuação da mídia têm evoluído nas Américas, mas no Brasil, afirmou Muñoz, a Justiça ainda impõe alguma censura.
    Ele citou o caso do jornal “O Estado de S.Paulo”, proibido pela Justiça, há dois anos, de ter acesso a documentos de investigação sobre o empresário Fernando Sarney.
     “Existe a censura prévia imposta por algumas autoridades da Justiça. [O caso de] 'O Estado de S. Paulo’ representa, sem dúvida, uma mancha negra na imprensa da democracia”, afirmou o diretor da entidade.
Prêmio
    No evento, a ANJ entregou o prêmio Liberdade de Imprensa ao jornal argentino “Clarín”, pelo esforço em busca de um “jornalismo independente”.
    Para a presidente da ANJ, Judith Brito, a Argentina está passando por um processo “preocupante” de reversão da tradição democrática.
    “Nossa premiação ao 'Clarín' simboliza essa nossa preocupação e essa nossa solidariedade à imprensa argentina, que vem sofrendo essa pressão”, afirmou a presidente da entidade.
    A premiação foi criada com o objetivo de homenagear pessoas, jornais ou instituições que tenham se destacado na promoção ou defesa da liberdade de imprensa.
Do G1

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