26 de mar. de 2011

Caso das casas de Trizidela é grave, mas Jânio Balé é boi de piranha

Simplício Araújo
   Na última semana a Globo tem mostrado a forma escandalosa como se trata as enchentes no Estado do Maranhão, apontando o caso Residencial Monte Cristo e de mais dois conjuntos habitacionais que, segundo o Jornal Nacional, deveriam ter sido construídos, em Trizidela e outro na cidade de Pedreiras, que tiveram o montante de 25 milhões de reais destinados em convênio para tal fim pelo Governo Federal.
    Destaque nacional anualmente em todos os noticiários, o fato das enchentes chegou a ser considerado normal, pela mídia alinhada ao Governo Estadual, que fez pouco caso e tentou diminuir o efeito da situação que recorrentemente é vivida pelos maranhenses que moram as margens do Rio Mearim, não só em Pedreiras e Trizidela do vale, mas também Bacabal e demais atingidos.
    É muito azar da população, além de ser vitima da pobreza que atinge grande parte dos maranhenses, de ver seus lares submersos e suas vidas lançadas à sorte dentro de barracões improvisados ou escolas, ainda tem a má sorte de ser governados por Prefeitos e um Governo do Estado que só utilizam o fato pra fazer média com o eleitorado.
   A prova disso foi a “sobrevoada” que a Governadora deu com o então Presidente Lula em vistoria as áreas alagadas do Maranhão e que serviu apenas ao noticiário nacional e até internacional, ou das equipes dos Prefeitos fazendo média com os alagados retirando as pessoas até mesmo em carros que recolhem o lixo, como aconteceu em Pedreiras, vendendo a imagem de heróis, quando deveriam de fato ter evitado que a população fosse surpreendida pela água adentrando suas casas durante a madrugada.
    Mas para alguns, poucos mesmos, e pequenos, é melhor deixar a água entrar, e esperar o povo vim pedir ajuda nas casas das “autoridades competentes”, casas essas sempre construídas longe das áreas de risco.
    Mas dessa vez, o azar não foi só da população.
    O Prefeito de Trizidela do Vale, Jânio Balé, foi mais azarado que o povo.
    Jânio Balé já não consegue mais nem ouvir falar em Globo. Dizem as más línguas que ele mandou até proibir bingos no município, liberando depois de muita pressão apenas os que utilizassem “pedras” extraídas de sacos ou caixas, mas proibindo terminantemente tudo o que lembra o “Globo”.
    Jânio Balé é celebridade nacional. É o prefeito mais famoso do Estado do Maranhão nos últimos dias. Deu-se mal, pois no mínimo foi omisso ao receber casas destinadas ao povo do seu município em péssimas condições e que agora viraram destaque nacional quando ameaçavam cair em cima dos seus proprietários.
     No entanto, existem mais coisas no ar que os helicópteros, os urubus e os aviões de carreira.
    Jânio Balé, coitado, leva mais azar ainda porque é boi de piranha, está sendo usado para mascarar um fato mais grave ainda, pois o absurdo dessa história toda está sendo desvirtuado pelas casas caindo no Conjunto Monte Cristo. É que, incompetentemente, os governos municipais e estaduais perderam a chance de construir centenas de casas para a população atingida pelas cheias dos últimos anos nas cidades de Pedreiras e Trizidela do Vale.
    Vinte e cinco milhões de reais que foram destinados em convênio para tal fim, dinheiro que poderia tirar centenas de famílias das áreas de risco, além de movimentar todo o comércio e o setor de prestação de serviços das duas cidades, foram perdidos, pois o convênio foi cancelado e a população vai passar mais alguns anos à espera do benefício.
    No Jornal Nacional, Elias Bento, Secretário de Obras de Pedreiras, fez grave revelação: a culpa, segundo ele, seria do Governo do Estado, que não destinou os recursos que completariam o montante destinado às obras em contrapartida.
    A maior parte da mídia foca no problema das casas. Afinal, é chocante saber que não houve preocupação com a qualidade das casas e que as vidas das pessoas foram colocadas em risco. É isso mesmo. Isso é condenável, mas, mais condenável ainda é a perda deste convênio e as declarações de parte da mídia considerando normal o fato das enchentes e do sofrimento dessas pessoas.
    Em Trizidela do Vale começam a se definir aos fatos, o cenário e personagens. Já temos o monte, já sabemos que irão acontecer crucificações, só falta definir os ladrões.
Do blog Maranhão Livre

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