6 de fev. de 2011

Quem tem medo do Lobão mau?

Faltou eletricidade em oito Estados, três usinas hidrelétricas foram automaticamente desligadas, mas segundo o ministro das Minas e Energia, Édison Lobão, não houve um apagão: apenas uma falha técnica. A presidente Dilma Rousseff, que foi ministra das Minas e Energia, mandou investigar os motivos do apagão. Tadinha: ela não deve ter ouvido a erudita explicação de seu ministro.
    Dizem que foi uma cartela, componente eletrônico de proteção, que apresentou defeito. Mas, no duro, quem apresenta defeito é o comando político da geração e distribuição de energia no país, todo ele nas mãos do senador José Sarney (PMDB-AP) e de seu circuito mais próximo de aliados — o que inclui o novo presidente de Furnas, escolhido nesta quinta-feira, Flávio Decat.
    Talvez um ou outro até entenda de energia elétrica (o que, definitivamente, não é o caso do ministro Edison Lobão, que precisa de assessores para acender a luz), mas saber trocar sozinho uma lâmpada não é algo levado em conta na hora da nomeação.
    Deve-se admitir, entretanto, que a equipe Sarney de eletricidade tem gosto pela simetria: já produziu apagões em 2007, 2009 e, agora, 2011. Só que, à medida em que o tempo passa, a situação vai-se complicando: já não dá para culpar a herança maldita de FHC (que, aliás, também teve seu apagão, atribuído a um raio que atingiu a cidade paulista de Bauru num dia quente, ensolarado e seco).
    E é cedo para culpar a herança maldita do Governo Lula. Por isso, Lobão nega o apagão.
    Faltou luz, mas por que não estavam todos dormindo, como ele?
LEMBRANÇA OPORTUNA
    O ex-deputado Fernando Gabeira lembra que, nos Estados Unidos, o ministro da Energia é Steven Chu, Prêmio Nobel de Física. No Brasil é o Lobão. A entrega da execução da política energética a Sarney não acaba aí. “Tanto Furnas, com Flávio Decat, e a Eletronorte, com José Antônio Muniz, tudo fica com Sarney”.
O MOTIVO DA BRIGA
O setor federal de energia elétrica manipula verbas de 12,5 bilhões reais por ano, aproximadamente. É por isso que ninguém admite largar o osso.
Na coluna do Ricardo Setti, de Vejaonline

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