2 de jan. de 2011

Roberto Carlos pode ajudar os deficientes

    DEPOIS DE abrir seu glorioso show na praia de Copacabana com "Emoções", Roberto Carlos contou que, "depois dos 35 anos, tudo fica mais difícil e eu já passei há algum tempo. Sofri um pequeno acidente de motocicleta e, por isso, estou com problema no joelho e não vou conseguir fazer o show todo em pé". Aos 69 anos, um apoio não faz mal a ninguém.
    A esta altura de sua carreira e de seu sucesso, Roberto Carlos poderia prestar uma ajuda a pessoas que, como ele, convivem com uma deficiência física. Quando tinha seis anos, um acidente no leito da ferrovia de Cachoeiro de Itapemirim cortou-lhe a perna direita, abaixo do joelho. Ele superou a deficiência e evita mencioná-la, mas evocou-a num verso da canção "O Divã":
Relembro bem a festa, o apito
e na multidão, um grito
    No início de sua carreira, a discrição talvez fosse conveniente, sobretudo para um artista que preserva sua vida pessoal. Hoje, ele poderia ser um exemplo para milhares de pessoas, estimulando políticas públicas de saúde.
    José Alencar ensinou aos brasileiros como a coragem e a fé ajudaram-no a enfrentar o câncer. (Houve época em que nem se mencionava a palavra, dizia-se "insidioso mal".) O próprio Roberto Carlos viveu uma história de amor e sofrimento quando sua mulher, Maria Rita, padeceu de um câncer que a matou em 1999. A modelo Heather Mills, ex-madame Paul McCartney, sofreu uma amputação semelhante à do cantor. Ela batalha pelos amputados e chegou a mostrar a prótese, colocando-a sobre a bancada do entrevistador Larry King.Usou sua fama para desestigmatizar a mutilação, divulgando os avanços ocorridos nesse ramo da fisioterapia. O senador Robert Kerrey, pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos em 1992, chegou a fazer piada com o pé que lhe faltava, perdido no Vietnã.
De Elio Gaspari

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