12 de jun. de 2010

'Unidade não significa unanimidade', diz Sarney sobre resistência do PT em apoiar sua filha Roseana

BRASÍLIA - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) falou, no início da tarde deste sábado na convenção do PMDB, sobre a decisão da direção nacional do PT em apoiar a candidatura de sua filha, Roseana Sarney , para o governo do Maranhão. O senador disse PT e PMDB estão unidos no Brasil inteiro e que não seria diferente no Maranhão. Perguntado sobre a resistência de parte da PT e de sua militância em apoiar Roseana, Sarney afirmou: 
     - Unidade não significa unanimidade - disse o ex-presidente da República, logo após votar na convenção do partido, que deve homologar o nome do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para ser o vice da petista Dilma Rousseff.
     Roseana, que acompanha o pai e também votou na convenção, acredita que os petistas que hoje discordam de sua candidatura, podem ser convencidos a apoiá-la.
     - Ainda há tempo para buscar o apoio dessa parte da militância do PT. Há uma grande aceitação nas pesquisas de nossa candidatura e esse será um dos argumentos - disse Roseana.
     Na sexta-feira, o diretório nacional do PT aprovou por 43 votos a 30, com duas abstenções, o apoio oficial à candidatura de Roseana ao governo do Maranhão. A decisão, tomada após a revogação formal da decisão do diretório estadual de apoiar a candidatura de Flávio Dino (PCdoB) , levou militantes a protestar e até insultar dirigentes petistas.
     Na convenção, Sarney falou também em grande virada nas eleições e diz que "o PMDB é o partido das causas sociais".
     - Nesta eleição teremos a grande virada, que é uma mulher chegando à Presidência da República. Foi o PMDB que levantou a bandeira das causas sociais, hoje consagrada pelo presidente Lula - disse Sarney, comparando o Porgrama do Leite, de sua gestão no Planalto, ao Bolsa Família.
De oglobo.com

Museu de Tudo: O conjunto residencial Filipinho

No Painel da Folha de S. Paulo

O almoço do patriarca
Reunido com a cúpula do PMDB em um almoço na casa do deputado cearense Eunício Oiveira, o senador José Sarney comemorava o cabresto imposto ao PT, obrigado a apoiar a reeleição de sua filha Roseana no Maranhão, quando recebeu um telefonema do próprio Lula, que queria cumprimentá-lo pelo resultado da reunião do Diretório Nacional petista.
Sarney fora informado da decisão de uma telefone anterior, recebido do presidente do PT, José Eduardo Dutra.  Ao desligar, saiu alardeando a notícias aos seus correligionários e disse que, a partir dali, podia tudo: encheu um copo de vinho e o prato de bacalhau.

Ligadão. Sarney não saiu do telefone na véspera e durante o conclave petista. A um dirigente a quem pediu apoio disse que o governo deve muito à sua atuação no Senado. Citou a votação do pré-sal como exemplo.

Tiroteio
"Lula, que já pagou até a dívida externa do Brasil, não consegue quitar nunca a sua dívida com o Sarney"
Do Deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), protestando contra o presidente por tger obrigado seu partido a apoiar a reeleição de Roseana (PMDB) no Maranhão

Flávio Dino afirma que manterá candidatura

     O pré-candidato ao governo do Maranhão, o deputado federal Flávio Dino (PCdoB) reafirmou que manterá sua candidatura mesmo sem o apoio do PT. Em nota divulgada pouco depois da decisão do Diretório Nacional do PT, que impôs o apoio à reeleição da atual governadora, Roseana Sarney, Flávio Dino disse “lamentar o equívoco político da direção nacional da legenda”. Reafirmou também, conforme havia dito em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, que não há razões jurídicas ou políticas que sustentem a tese do apoio a Roseana Sarney.
      Ao agradecer o apoio do PSB, da direção nacional do PCdoB e da maioria dos militantes petistas, Flávio Dino disse ainda manter a esperança na mudança política no Maranhão. “Quem conhece o sofrimento e a pobreza do povo do Maranhão, e se indigna com essa situação vergonhosa, não se permite ter medo”, escreveu.
     A direção nacional do PCdoB também divulgou posicionamento sobre o assunto. Em nota oficial, a legenda afirma “lastimar profundamente” o posicionamento adotado pelo partido do presidente Lula em relação a Flávio Dino. “Tal decisão contraria os mais fundos sentimentos progressistas e democráticos dos maranhenses. O respeito e compreensão pelo fortalecimento dos partidos frentistas é uma premissa de qualquer aliança estratégica”, afirma a nota.
     Na manhã de sexta-feira, 11, o diretório nacional do PT decidiu, por 44 votos a 30, que a legenda deveria apoiar o PMDB no Maranhão para as eleições de 2010, em vez de Flávio Dino, como havia sido decidido no encontro de tática eleitoral realizado em São Luís nos dias 26 e 27 de março.
Petistas
     Integrantes do PT que apóiam Flávio Dino, porém, prometem resistir à decisão. O vice-presidente do diretório maranhense, Augusto Lobato, afirmou que uma plenária deverá ser realizada em São Luís ainda neste final de semana, para discutir qual será o posicionamento do grupo ante à decisão nacional. Mas afirmou que manterá o engajamento na campanha de Flávio Dino. “Já é uma decisão nossa. O passo seguinte é denunciar a forma como fomos tratados”, disse Lobato.
     A ex-deputada Terezinha Fernandes reforçou a falta de justificativa da intervenção nacional, uma vez que nenhuma norma partidária foi descumprida pelos maranhenses. “Cumprimos todas as regras. O que dá para dizer agora é que vamos mobilizar todas as forças possíveis em apoio a Flávio Dino”, disse Terezinha.
     O PCdoB mantém a data de realização da convenção estadual para o dia 26 de junho, quando deverá ser oficializado o nome de Flávio Dino na disputa para governador.

Leia abaixo a íntegra da nota escrita pelo pré-candidato Flávio Dino:
SOBRE A DECISÃO DO DIRETÓRIO NACIONAL DO PT
1- Como parceiro de tantas lutas e militante da esquerda brasileira, lamento o equívoco político da maioria da direção nacional do PT. Tão grave erro tem consequencias táticas e estratégicas igualmente graves, como a história demonstrará. Manifesto também a indignação contra o tratamento desrespeitoso ao PSB, ao PCdoB e ao PT do Maranhão.
2 – Não há qualquer motivo jurídico ou político que sustente a decisão da maioria da direção nacional do PT.
3 – Agradeço a confiança das direções nacionais e estaduais do PSB e do PCdoB, que desde o começo do processo manifestam-se a favor de um Maranhão justo e desenvolvido. Do mesmo modo, o meu reconhecimento aos companheiros do PT do Maranhão, os quais, em sua imensa maioria, permanecem determinados a renovar e mudar a política maranhense.
4 – Prossigo na pré-campanha no Maranhão, com o PCdoB, o PSB, os petistas e os movimentos sociais. A esperança está mais viva do que nunca. Quem conhece o sofrimento e a pobreza do povo do Maranhão, e se indigna com essa situação vergonhosa, não se permite ter medo.
5 – Amanhã (sábado) estaremos debatendo nosso Programa de Governo nos municípios de Colinas, Mirador e Dom Pedro. No domingo, participarei do Congresso Estadual da União da Juventude Socialista (UJS), em São Luís.
6 – Faremos nossa Convenção Estadual no dia 26 de junho, em São Luís. Vamos vencer as eleições. A esperança sempre vence o medo.

Em 11 de junho de 2010.
Flávio Dino
Vice-líder do PCdoB na Câmara e pré-candidato a governador do Maranhão

Manchetes dos jornais

JORNAL PEQUENO - PT dá rasteira em Flávio e impõe apoio a Roseana
O ESTADO DO MARANHÃO - Confirmada a aliança do PT com o PMDB no Maranhão
O IMPARCIAL - Roseana fica com o PT ; Flávio segue candidato